A Mulher na Igreja

O Papel das Mulheres na Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia 

Por SS. Inácio Zakka I - Iwas 
Patriarca da Santa Sé de Antioquia e todo o Oriente 
e Chefe Supremo da Igreja Universal Ortodoxa Sírian

O papel das mulheres é um tema de grande importância hoje na nossa Igreja Sirian Ortodoxa, que esta profundamente enraizada na igreja apostólica tradicional. "Em nossa apresentação, vamos estar sujeito a Sagrada Escritura e a tradição da Igreja, ou seja, os ensinamentos dos Apóstolos, que não tenham sido registrados nas Escrituras. Também depende das decisões dos Concílios Ecumênicos e sínodos locais, 
bem como sobre as práticas litúrgicas e os ensinamentos dos nossos santos Padres da Igreja, e transmitida por nossos antecessores. 

Conforme a Bíblia Sagrada, a Igreja Ortodoxa Sírian considera as mulheres iguais aos homens em tema de direitos e deveres. De acordo com as Sagradas Escrituras, Deus criou o homem à Sua imagem; "à Sua imagem Deus o criou homem e mulher. "Conseqüentemente, homens e mulheres são iguais perante Deus, porque o plano ideal de Deus para o casamento é um homem para uma mulher e uma mulher para um homem. Referindo-se a união no matrimônio, a Sagrada Escritura diz: "Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne" (Gn 2:24,) “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne” Mt. 19:5, Mc. 10:8, e Ef. 5:31). Trata-se de Adão, o primeiro homem a quem Deus tirou uma costela e criou Eva para ser uma auxiliar e companheira. "E Adão disse:" “Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne: ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.” "(Gn 2:23). Ambos foram criados à imagem e semelhança de Deus; à imagem de Deus é o espírito que Deus deu ao homem quando ele soprou em suas narinas o fôlego da vida, e Adão se tornou uma alma vivente. Assim, a alma vivente deu a vida de Adão através da união com os elementos tirados da terra. 

A imagem de Deus no homem é também a imagem da mente e da consciência, o poder da criatividade e do domínio sobre as outras criaturas. Deus dotou o homem com esses poderes quando Ele o criou como santo, concedendo-lhe domínio sobre as criaturas vivas. O homem "homem e mulher” Deus os criou", e a dominância foi concedida a ambos, mas quando ambos pecaram, eles perderam a graça da santidade. Jesus Cristo, porém, redimiu-nos por Sua morte expiatória, restaurando a imagem de santidade, tanto aos homens bem como para as mulheres. Deus Todo-Poderoso falou igualmente de homens e mulheres no Antigo Testamento, no quinto Mandamento: "Honra teu pai e tua mãe" (Ex. 20:12) e no Livro dos Provérbios, Salomão disse: " Guarda, filho meu, os preceitos de teu pai, não desprezes o ensinamento de tua mãe.Traze-os constantemente ligados ao teu coração e presos ao teu pescoço.

Servir-te-ão de guia ao caminhares, de guarda ao dormires e falarão contigo ao despertares,porque o preceito é uma tocha, o ensinamento é uma luz, a correção e a disciplina são o caminho da vida,para te preservar da mulher corrupta e da língua lisonjeira da estranha."(Pv 6:20-24). 

Foram os pais hebreus que distorceram o conceito dos mandamentos de Deus por seus ensinamentos que eram tão estranhos às leis divinas. O Senhor Jesus dirigindo-se aos judeus, neste contexto, dizendo-lhes: "E vós, por que violais os preceitos de Deus, por causa de vossa tradição?

Deus disse: Honra teu pai e tua mãe; aquele que amaldiçoar seu pai ou sua mãe será castigado de morte (Ex 20,12; 21,17).

Mas vós dizeis: Aquele que disser a seu pai ou a sua mãe: aquilo com que eu vos poderia assistir, já ofereci a Deus, esse já não é obrigado a socorrer de outro modo a seus pais. Assim, por causa de vossa tradição, anulais a palavra de Deus."(Mt. 15:3-6). 

A Virgem Maria, a nova Eva.

Na verdade, nosso Senhor Jesus Cristo teve as mulheres em alta estima na pessoa da Virgem Maria, pois Ele escolheu ela para ser sua mãe por causa de sua castidade e piedade, por ela, e sobre ela o Espírito Santo desceu sobre ela, purificando-a, e santificando-a,ela concebeu em seu seio o fogo divino, dando à luz o Filho Divino, o Senhor Encarnado. Nós a chamamos de Theotokos (Yoldath Aloho), o que significa a Mãe de Deus, que deu à luz ao Deus encarnado Embora a Virgem Maria restaurou o status inicial de Eva, que tinha perdido depois de sua queda, ela nunca adquiriu a graça do sacerdócio. Ela foi qualificada, no entanto, muito acima dos profetas, sacerdotes, mártires, confessores, apóstolos e evangelistas, pois foi ela quem informou os apóstolos os acontecimento desde a anunciação do arcanjo Gabriel da concepção divina. A Virgem Maria foi a primeira a evangelizar a Boa Notícia de Cristo e acreditar no seu poder divino. Nós consideramos que ela é superior aos profetas. Ela profetizou sobre si mesma, dizendo: "De agora em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.

Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem."(Lc 1:48-50). 
Jesus Cristo honrou sua mãe, a Virgem Maria, enquanto Ele era uma criança, e cuidava dela, prevê seu sustento em sua idade adulta, depois da morte de José. Ele também homenageou as mulheres em geral, simpatizou-se com a mulher samaritana pecadora que foi humilhada por seu povo. Jesus falou para ela enquanto os mestres hebreus se abstinham de falar com uma mulher na rua, pois ela não era parente próxima a eles. O Senhor Jesus também simpatizou-se com a mulher pecadora em que os Fariseus queriam apedrejar até a morte e Ele a absolveu. Jesus Cristo fez isso num momento em que olhou para os judeus e para a mulher caída. Quando lemos sobre o milagre da multiplicação dos pães , quando tinha cinco mil homens famintos e com cinco pães e dois peixes, e alimentou a todos, narrado pelo apóstolo Mateus no seu Evangelho, dizendo: " Todos comeram e ficaram fartos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios.

Ora, os convivas foram aproximadamente cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças. "(Mt. 14:20-21), Naquela época para os judeus os homens eram mais importantes que as mulheres e as crianças, e Jesus alimentou a todos sem distinção.
O Senhor Jesus, no entanto, mostrou o seu cuidado divino para com as mulheres. Muitas mulheres andaram com Ele, servindo a Ele e a seus discípulos. Jesus era amigo de Marta e Maria, e seu irmão Lázaro (Jo 11:5).

É importante mencionar aqui que as mulheres eram fiéis a Jesus Cristo. Elas seguiram o caminho com Jesus para a Gólgota aos prantos e lamentações, com tristeza vendo-o ser crucificado, em Seu sofrimento e em agonia. Elas ouviram Jesus enaltecer sua mãe, a Virgem Maria, e entregá-la aos cuidados de seu discípulo amado,ensinando assim a todo ser humano para honrar suas mães e cuidar delas. As mulheres também foram ao sepulcro novo, onde o Seu santo corpo foi sepultado. Elas foram as primeiros a chegar bem cedo ao túmulo para embalsamar seu corpo. Elas foram as primeiras a vê-Lo depois da ressurreição, e as primeiras a anunciar a sua ressurreição e proclamá-la. 

As mulheres e os Apóstolos.

As Mulheres ajudaram os Apóstolos e Evangelistas a divulgar a boa nova. E nos Atos dos 
Apóstolos, lemos sobre as quatro filhas de Filipe que eram virgens e que profetizavam: “Partindo no dia seguinte, chegamos a Cesaréia e, entrando na casa de Filipe, o Evangelista, que era um dos sete (diáconos), ficamos com ele.Tinha quatro filhas virgens que profetizavam.” (Atos 21:9). Filipe, o Evangelista, foi um dos sete diáconos. Também lemos a revelação do Apóstolo Paulo do pensamentos daqueles que protestaram contra uma mulher que o acompanhava em suas viagens evangélicas, dizendo: " Acaso não temos nós direito de deixar que nos acompanhe uma mulher irmã, a exemplo dos outros apóstolos e dos irmãos do Senhor e de Cefas? "(I Coríntios 9:5) 

Além disso, as mulheres desempenham um papel importante no estabelecimento de uma família no cuidado e na educação dos filhos e funcionários domésticos. Em relevância a isso, o apóstolo Paulo diz: "Contudo, ela poderá salvar-se, cumprindo os deveres de mãe, contanto que permaneça com modéstia na fé, na caridade e na santidade (I Tim 2:15). Deus Todo-Poderoso criou o ser humano como masculino e feminino, e lhes deu igualdade de direitos e deveres, mas Ele também renasceu novamente o homem e a mulher no momento do resgate, quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos no dia de Pentecostes, no Cenáculo, onde havia 120 pessoas entre homens e mulheres. Quando Lucas registrou o acontecido, contou a todos e não apenas os homens e, portanto, ele disse que o Espírito Santo repousou sobre todos, sobre os Apóstolos, os discípulos e sobre as mulheres ao mesmo tempo.

A Virgem Maria, Mãe de Deus encarnado, estava na liderança entre as mulheres que estavam lá e eles todos, homens e mulheres, igualmente receberam os dons sublimes do Espírito Santo. . 

A Mulher na Igreja Primitiva. 

Antes da descida do Espírito Santo, as mulheres participando das orações com os homens no cenáculo. Estavam todos esperando ansiosamente a visita do poder do alto, e o Espírito Santo repousou sobre as mulheres, como também sobre os Apóstolos e todos os discípulos, sem qualquer discriminação. O evangelista Lucas descreve este acontecimento divino nos Atos dos Apóstolos, dizendo: "Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.

De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados.

Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles.
Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (2:1-4). O Espírito Santo organizou tudo para que anunciassem a Boa Nova do Evangelho para o mundo.

E o Espírito Santo guardou-os de errar, lembrando-lhes de tudo o que tinha sido dito por nosso Senhor Jesus, para eles acederem os seus ensinamentos celestes e divulgá-los ao mundo. 

Neste ponto, estamos, sem dúvida, obrigados a mencionar as mulheres crentes que costumavam servir nos palácios dos reis, grandes homens, chefes e nobres e pregarem o Santo Evangelho na palavra e na verdade, especialmente através de cuidar dos filhos e viver uma vida de retidão. Através destas mulheres, a propagação do Santo Evangelho poderosamente e, gradualmente, fermentou de maneira a produzir fermentação em massa. 

Então, pacificamente, o Santo Evangelho invadiu as fortalezas, e influenciou o paganismo e os judeus pervertido nas leis de Deus. Desta maneira, multidões de diversa fé passaram a acreditava no Santo Evangelho durante os primórdios do cristianismo. 

Nós, como igreja, que aderimos ao Santo Evangelho, a tradição eclesiástica e apostólica, temos que admitir que Deus legou a muitas mulheres os dons sublimes da liderança espiritual, que se manifestaram claramente em suas vidas ao longo dos tempos. 

Não podemos esquecer que a história da Igreja Ortodoxa Sirían abunda com as vidas de tal mulheres. As mulheres na Igreja Siríaca desfrutam de grande dignidade, devido ao papel ativo que elas têm desempenhado em seus serviços na Igreja. 

Helena, a rainha cristã, que era filha de um sacerdote sírio, que morava perto de Edessa e educou seu filho Constantino, de um modo justo, prometeu que se seu filho se convertesse ao cristianismo, ela queria ir a Jerusalém em busca a madeira da cruz. Este voto com certeza foi por ela mantido. 

A Imperatriz Teodora. 

É imperativo que nós mencionemos a Imperatriz Teodora, mulher que simboliza a glória da Igreja Sírian e que esta em nossos corações, como a segunda vinda da Virgem Maria em status, dignidade e honra. Ela era a esposa do imperador Justiniano, no século VI dC. Esta mulher milagrosa, era filha de um sacerdote siríaco de Mabbug na Síria.

Nós respeitamos e honramos a Imperatriz Teodora que foi abençoada, porque ela ofereceu conforto espiritual aos pais, e pontífices altamente estimado de nossa Igreja, a quem ela altamente respeitou e auxiliou nos difíceis e cruciais momentos, quando o governo bizantino utilizou-se para perseguir, exilar-los e matá-los. Padeceram nesta perseguição milhares de mártires. Aqueles que sobreviveram passaram por perseguições e angústias. Teodora utilizou de sua influencia para o confortá-los e protegê-los. Mas ela teve um preço caro.

Teodora era quem estava por trás de enviar uma missão para a Etiópia com a luz do Espírito Santo e do Evangelho. E nunca devemos esquecer as freiras que fizeram voto de celibato, castidade, pobreza voluntária e obediência, dedicando-se ao serviço do Santo Evangelho ao longo dos tempos.

Isso é o que se reúnem a partir do patrimônio de nossos pais, suas tradições e honrosa história.

Na verdade, as mulheres citadas não são as únicas na história da nossa Igreja. Assim muitas foram às mulheres que eram conhecidas por sua sabedoria, liderança e coragem em professarem a sua fé. Muitas delas obtiveram as glórias do martírio por causa de Cristo, e muitas outras foram submetidas a perseguições e angústias e foram listadas entre os confessores. Muitas mulheres tinham uma inteligência inata, como as mulheres que Santo Efrém reuniu ao longo das margens do rio Disã em Edessa. A história diz que uma mulher olhava para ele então ele ficou irritado e a repreendeu, dizendo: "Mulher, mantenha seus olhos para baixo e olhe para o chão. "Ao que ela respondeu:" Eu tenho direito de olhar para você, oh homem, porque eu fui tomada de ti e tu deve olhar para a terra, pois foi da terra que fomos criados. "Santo Efrém admirava a sabedoria dessa mulher e disse: "Se esta é a sabedoria das mulheres de Edessa, que tipo de sabedoria será a dos homens? 

Santo Efrém chegou para resolver depois de deixar Nisibis em 363 após a sua ocupação pelos Persas, às vezes ele viveu uma vida ascética, no Monte Santo de Edessa e outras vezes ensinava em sua famosa escola. Ele estava interessado na vida litúrgica, a qual introduziu as melodias e ritmos a seus hinos=. Ele também iniciou um coro na igreja, incluindo as meninas de Edessan para cantar suas melodies e outros poemas espirituais e belos hinos, que ele adaptou para ensinar a doutrina da fé e da ortodoxia. 

É evidente que o estabelecimento por Santo Efrém de um coral de jovens virgens exaltou o status das mulheres, é praticamente provado que quando São Paulo escreveu em sua Primeira Epístola aos Coríntios (14:34) Que as mulheres estejam caladas nas igrejas, e não lhes era permitido falar ", ele fez isso apenas como uma medida de organização temporária, não uma doutrina de fé que nunca deve ser alterada ou modificada, e para ensinar que as mulheres tagarelas em outros tempo precisavam rezar piedosamente diante da Divina Glória. 

Santo Efrém, sem dúvida, é considerado um pioneiro por ter iniciado um coro no cristianismo. Ele atesta que as mulheres iguais aos homens têm direitos iguais para louvar a Deus nas orações públicas. São Paulo, no entanto, falou dos homens e mulheres como iguais na Epístola aos Coríntios, dizendo: " Com tudo isso, aos olhos do Senhor, nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem.
Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da mulher, e ambos vêm de Deus. "(I Cor. 11:11-12). 

A influência de Santo Efrém é claro na educação das mulheres de Edessa, ajudando-as a compreender os ensinamentos do Evangelho e aderir à doutrina cristã, suportar a perseguição corajosamente por uma questão de fé. Tudo isso se manifesta no caso das mulheres de Edessa durante a perseguição lançada pelo pelos arianos no final do quarto século, precisamente no ano 373. Wallis tinha nomeado um bispo ariano em Edessa, mas este prelado foi rejeitado pelos fiéis que conseqüentemente, começaram a rezar fora da cidade.
Um domingo de manhã todos os fiéis reuniram-se na periferia da cidade, onde os soldados começaram a prendê-los e jogá-los na prisões. O governador da cidade encontrou uma das fiéis, enquanto ela estava correndo para se juntar aos outros, carregando seu bebê recém-nascido. O governador estava em seu caminho e parou ela, lembrando-lhe das ordens das autoridades e da punição severa aguardando a quem viola-se essas ordens. Ela manifestou a sua disponibilidade para suportar a agonia por causa da adesão ao cristianismo sua doutrina e sua fé. Ele passou e perguntou-lhe: "Nós queremos saber por que você deixou a porta da casa aberta e está correndo tão rápido carregando junto seu recém-nascido? Por que você faz isso?” Ela respondeu: "Como para a casa, tenho certeza de que não irei voltar, trago meu recém-nascido, é por causa do meu grande amor por ele que eu quero que ele compartilhe comigo com a honra do martírio e para estar alegremente comigo no paraíso, poupando-o da condenação, que é o resultado de sua perversidade.

Podemos compreender, por tanto, que uma mulher fiel a sua fé é digna de toda honra que lhe foi dada. Nossa Igreja sírian tem plena consciência da competência e das virtudes das mulheres e reconhece o seu valor e verdadeira dignidade. 

A Igreja Sirian e as diaconisas.

Uma das práticas herdadas de nossos pais é a restrição das mulheres de entrarem no santuário. 
Mesmo as meninas não são autorizados a entrar no santuário, depois de ter sido abençoado pelo sacramento do Santo Batismo. Também não estão autorizada a realizar procissão dentro do santuário como um menino. Uma das razões por trás dessa prática pode ser a tendência de preservar a boa reputação do cristianismo que foi acusado durante os primórdios de sua história de ser uma religião erótico. 

Outra razão para essa prática pode ser o medo de cair em pecado, como resultado de ter ambos os sexos no interior do santuário, especialmente como as sacerdotisas pagãs que usavam vender seus corpos com o objetivo de aumentar o dinheiro para o templo pagão. 

A pratica de duas colunas de bancos na igreja para homens e mulheres ficarem separados por uma partição de madeira, foi uma prática estabelecida herdada da tradição da igreja. Referência a essa prática pode ser atribuída a uma das homilias de João Crisóstomo (407). O impacto desta prática foi apreciado em algumas de nossas igrejas antigas. 

Mesmo que a Igreja tem impedido as mulheres de subir no altar, mas que permite à mulher do padre, que foi consagrada como presbítera (Qashishto), e a viúva, que foi consagrado diaconisa, a entrada no santuário, ocasionalmente, em caso de ausência de um sacerdote ou um diácono ou qualquer um do sexo masculino. 

É útil também mencionar aqui que, os sírios têm um ritual para a consagração de presbiteras e outro para a consagração de diaconisas. Em seu trabalho, , o grande estudioso Mar Gregorios Abu Al Alfaraj Malati, Católicos do Oriente, mais conhecido como Ebroyo Bar "(1286) (Seção 7, Chap. 7), afirma que diaconisas eram geralmente escolhidas entre viúvas piedosas que tinham certas qualificações, tais como ter sido casado apenas uma vez, e tendo sido confiada ao serviço da igreja depois de se tornarem viúvas, jejuando e orando e com boa reputação entre os familiares e fiéis. 

O Ministério da diaconisa. 

Depois de ter sido consagrada, o ministério da diaconisa é limitado a ajudar o sacerdote e o diácono fora do santuário no serviço de batizar as mulheres e as meninas maiores na unção com o óleo do santo crisma. Este ministério também inclui visitas a doentes do sexo feminino, especialmente em casas habitadas apenas por mulheres. Neste caso, o bispo não envia um diácono para visitá-las para que dúvidas possam surgir entre os incrédulos, mas sim uma diaconisa para cuidar das fiéis femininas.

No caso de uma diaconisa viúva consagrada, e novamente se casar, ela deve ser excomungado junto com aquele que se casa com ela. Certas leis canônicas limitam a idade das candidatas, a viúva a ser consagrada como diaconisa a partir de quarenta anos e que outros cânones não recomendo a consagração de uma diaconisa antes da idade de sessenta anos. 

São Severios, o Grande (538) afirma que, no século VI, a ordenação de abadessas como diaconisas foi na prática do Oriente (sob jurisdição da Sé de Antioquia). No caso de a indisponibilidade de um sacerdote ou um diácono, cada um dessas consagradas tinha o direito de distribuir a Santo Comunhão com as irmãs que estavam sob sua autoridade. A diaconisa usa uma estola uroro no ombro igual a um arquidiácono. Em caso de indisponibilidade de um sacerdote ou um diácono no convento, uma diaconisa tem o direito de entrar no santuário (Beth Qudsheh), desde que ela não esteja no período da menstruação e que ela só esteja com suas irmãs, onde ela pode lhes dar a comunhão. Ela não pode fazê-lo para os homens, mesmo para os meninos a partir de cinco anos de idade ou mais velhos. 

Quando uma diaconisa é consagrada é queimado incenso, ela não pode rezar a oração especial que costuma ser recitado pelo padre, mas interiormente recite a oração de arrependimento. 

Ela pode, após obtenção de autorização do bispo, misturar o vinho e água no cálice, e no caso de estar doente, ela pode permitir que uma das irmãs entre no santuário, a fim de limpar e acender as velas do santuário.

A diaconisa nunca deve ler as Sagradas Escrituras, mesmo o Santo Evangelho em público, mas apenas com irmãs nos dias santos.

De acordo com os ensinamentos de Jacob de Edessa (708), "A diaconisa nunca pode entrar no santuário exceto para limpá-lo ou acender as velas. Em caso de indisponibilidade de um sacerdote ou um diácono no convento, ela pode levar a Comunhão, que normalmente é colocado na Qurbono Beth, uma entrada feita geralmente na parte leste, atrás do altar. Ela não pode, contudo, chegar perto do altar. Ela pode dar Comunhão para as irmãs, e aos meninos com idade inferior a cinco anos. Ela pode ajudar o sacerdote na celebração do sacramento do Batismo de mulheres maduras, ungindo-as com o santo crisma e pode visitar as mulheres doentes ". 

Era a mulher do padre, que era chamado de presbítera, após sua consagração como tal. Ela era também chamada de filha da aliança. O ritual de sua consagração geralmente é realizado pelo bispo no final da Sagrada Liturgia. Durante o serviço, a mulher do padre se ajoelha, curvando-se diante do santuário, enquanto o bispo faz intercessão a Deus para exortar os fiéis a se tornar como as cinco sábias virgens que, tomando as suas lâmpadas cheias de óleo de boas ações de vigilância, enquanto aguarda a segunda vinda do Noivo Celestial, a fim de ir com ele para o casamento feliz e para glorificá-lo. 

Durante o rito da consagração, orações e petições são ditas para o arrependimento de quem é chamado a este ministério, bem como para a investidura com sabedoria. 

Orações sobre a parábola das virgens (Mt 25,1-13), bem como a parábola do convite para 
o banquete, obrigando as pessoas a entrar na casa do anfitrião e participar do banquete (Mt 22, 1-14). O bispo em seguida, ordena que a cortina seja fechada para esconder a que vai ser consagrada. Enquanto isso, ela tira seu vestuário exterior e veste uma saia larga azul, pendendo da cintura até os dedos dos pés, e coloca um cinto preto. Ela também está vestida com uma camisa azul ou preta pairando sobre os ombros. 
Em seguida, o bispo tem um lenço preto sobre a qual ele faz um sinal triplo da cruz, bem na sua cabeça e recitando a seguinte oração: "Que o Senhor te proteja no caminho reto edivino, poupando-te das tentações da alma e do corpo de modo que tu possa obter a felicidade como nunca. Amém ". 

Mais tarde, alguém lê um capítulo do livro de Atos sobre Pedro restabelecendo a vida de Tabita (At. 9:36 - 42), e uma seleção da Epístola de São Paulo aos Colossenses (3:12-17) que começa com: "Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. longanimidade, suportando uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros como Cristo vos perdoou. " 

Em seguida, o bispo lê o capítulo dez do Evangelho de Lucas, a partir do versículo 38 até 42 sobre Marta e Maria, onde o Senhor diz a Marta: "Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas: Mas uma coisa é necessária, e Maria escolheu a boa parte, que não será tirado dela "(Lc 10:41-42). 

Neste ponto, o bispo faz o sinal da cruz em sua testa três vezes, dizendo: "(o nome da 
consagrada) deverá ser selado, carimbado e aperfeiçoado, que é consagrada como uma presbitera real para o serviço dos filhos da Santa Igreja. Posteriormente, o arquidiácono diz em voz alta: (Barekhmor) que significa "Abençoa, ó Senhor", à qual acrescenta o bispo, dizendo: "Em Nome do Pai +", e o diácono responde, dizendo: "Amém". O bispo continua, dizendo: "+ e do Filho" para que o diácono responde, dizendo: "Amém". Em seguida, o bispo diz: "e do Espírito Santo para sempre." O diácono, em seguida, responde, dizendo: "Amém". 

Em seguida, o bispo lê uma oração silenciosa de agradecimento e, em seguida, recita uma prece para a presbitera consagrada publicamente, seguido da oração do "Oh Senhor, tem piedade de nós", e a Oração do Senhor. 

Nós nos reunimos nos procedimentos do rito de consagração, a lei canônica e os poderes conferidos para ser consagrada como uma presbitera que a consagração de uma presbitera não é nem uma ordenação, mas um compromisso de vida consagrada e dedicação. 

Não se sabe ao certo a data da cessação deste rito de consagração. Embora nós 
agora chamamos a mulher de cada sacerdote (Bath Qyomo), significando uma filha da aliança, o mesmo nome dado exclusivamente à pessoa consagrada. 

É importante mencionar aqui que hoje em dia a mulher do padre, embora não consagrada, pode ajudar o marido com o batismo de mulheres adultas.

A consagração de diaconisas foi recentemente restaurado e nós começamos a consagrar algumas deles, ( Choirgirl )chamando-as de diaconisas. 

Durante o rito da consagração, o bispo diz o (nome da pessoa) que está sendo consagrada como uma diaconisa no coro. Esta não deve ser diaconisa sujeito às leis usados para ligar as diaconisas no passado. Nem Terá ela o direito, privilégios ou direitos a diaconisa para desfrutar utilizado anteriormente. Ela é apenas um cantor na igreja. A maioria das vezes ela serve em centros de educação religiosa. Assim como outras mulheres, ela pode se casar, e ainda permanecerem Consagradas como uma diaconisa, servindo como uma cantora no coro, uma professora ou uma conselheira de escola dominical. Este pode ser um passo rumo a retomada das viúvas consagrando como diaconisas na igreja como anteriormente praticado. 

Existe a possibilidade de ter um segundo pensamento sobre a tradição da igreja em relação aos direitos daquelas chamadas diaconisas ou presbíteras em termos de serviços que oferecem às mulheres em relação à limpeza do santuário e a iluminação das velas poderão ter lugar na igreja, sempre que necessário e podem acrescentar para o enriquecimento da alma e para o progresso e a prosperidade da Igreja. 

Definitivamente, a autoridade e o poder de um clero para celebrar a Eucaristia, tal como é praticada por algumas igrejas tradicionais não-apostólica, jamais seria permitido em nossa igreja Sírian Ortodoxa. Isto é devido ao fato de que tal ato não se baseia nas Escrituras. Quando nosso Senhor Jesus escolheu doze apóstolos e missionários os setenta, Ele nunca selecionou nenhuma daquelas mulheres que estavam servindo. Da mesma forma, uma presbítera em nossa Igreja nunca foi ordenado no serviço do clero com o poder de absolver os pecados, e comemorar a Sagrada Eucaristia e demais sacramentos da Igreja. 

As mulheres sírias hoje ocupam posições elevadas em todos os domínios, sociais, culturais e religiosos. 

As mulheres tornaram-se médicas, advogadas, juízas, engenheiras, professoras e membros do Parlamento, e no Conselho de Curadores da Igreja, bem como membros das sociedades beneficentes. São cantoras e professores de escolas dominicais. Em todos estes esforços, as mulheres são iguais aos homens em direitos, deveres e dignidade. 

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Discurso proferido por Sua Santidade o Patriarca Dom Inácio Zakka I Iwas no Mosteiro Santo Efrém, de Saydnaya a conclusão da reunião de mulheres ortodoxa realizada em Damasco, a partir de 4-10 outubro de 1996, sob a tema de discernir os sinais do tempo e publicado na Revista Patriarcal, n º s 157, 158, 159 
de setembro, outubro e novembro de 1996. 
1. Biografia de Santo Efrém, o Sírio pelo autor. Damasco, 1984. 
2. Bleelo que significa weeded trigo conotando a Santa Eucaristia (pão consagrado) é misspelt em siríaco como Kleelo.


Traduzido por Mons. Eloy Mendes Netto.

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